A ASCENSÃO DOS

CARROS ELÉTRICOS (EVS)

Avanços em baterias de lítio, infraestrutura de recarga e políticas de incentivo em diferentes regiões.

Os carros elétricos estão cada dia mais presentes, eles utilizam um ou mais motores elétricos para propulsão, ao invés de motores a combustão interna, movidos à gasolina ou a diesel. Funcionam com baterias de lítio que são recarregáveis, armazenam energia elétrica e fornecem ao motor. Estes desempenham um papel importante para a transição energética para fontes de energia mais sustentáveis, de emissão zero de gases do efeito estufa.
Eles podem ter um custo de operação menor que os carros a combustão, depende do valor da eletricidade, ademais sua manutenção resulta em custos mais baixos a longo prazo, pois possuem menos peças móveis. Alguns pontos a serem preocupantes são quanto a sua autonomia, com distâncias limitadas com uma única carga, o tempo de recarga que são mais lentos, e as estações de recargas que ainda estão em desenvolvimento. Porém as tecnologias evoluindo as baterias inovadoras aumentam a eficiência e a autonomia dos veículos, além da tecnologia de carregamento rápido.
A partir da emissão zero se configurou em um dos principais desafios em países que seguem com o objetivo de desenvolvimento verde, e a eletrificação de transportes, carros elétricos, está se difundindo no mercado internacional com mais afinco. Na China, Europa e EUA, a transição para os carros elétricos está se intensificando e fazendo com que a indústria automobilística global caminhe junto. Na Agência Internacional de Energia (IEA) mostrou que em três anos, a participação dos carros elétricos foi de 4% em 2020 para 14% em 2022. E nesse período a China aumentou suas vendas em média seis vezes; a União Europeia em duas vezes; e o EUA em mais de três vezes. As políticas de incentivos para carros elétricos diferenciam entre os países, mas normalmente combinam subsídios, isenções fiscais, acesso a zonas de baixa emissão e infraestrutura de recarga.
Atualmente, a China é o maior produtor e vendedor de carros elétricos, dominando o mercado, representando mais da metade das vendas globais. Isto se deve à atuação do governo que por meio de subsídios, isenções fiscais, estratégias para a competitividade, dentre outros incentivos, desenvolvendo a construção de um mercado consumidor. Sendo o maior exportador de carros elétricos, a China segundo a IEA, em 2023, atingiu 8,1 milhões de carros elétricos, aumentando em 35% sobre 2022. Os principais mercados de exportação desses veículos foram a Europa e os países da região Ásia-Pacífico. Na China, o governo além dos incentivos financeiros, oferece incentivo para a instalação de pontos de carregamento, além de investir na infraestrutura de recarga em larga escala.
Na Europa a ascensão dos carros elétricos tem sido estimulada através da agregação dos avanços em baterias de lítio, políticas públicas de incentivo robustas e uma infraestrutura de recarga em constante crescimento. Com melhorias em sua densidade, as baterias de lítio têm evoluído significativamente e isso permite percorrer distâncias mais longas com uma única carga, fazendo com que os EVs se tornem mais atraentes. O aumento da produção em massa das baterias, os avanços no processo de fabricação e o aumento da concorrência ajudaram a reduzir o custo por quilowatt-hora (kWh), tornando mais acessíveis. Além disso, as empresas europeias estão investindo em novas tecnologias para reprocessar e reutilizar materiais de baterias, como o lítio, o cobalto e o níquel. As estações de carregamento contam com as opções de carregamento rápido e ultrarrápido e estão se tornando cada vez mais comuns, com carregadores de 50 kW a 350 kW que são capazes de carregar baterias de veículos com menos de 30 minutos.
A União Europeia está trabalhando em um plano para a criação de uma rede paneuropeia de rede de carregadores, cuja o objetivo é garantir que, independentemente da localização do motorista na Europa, ele terá acesso a uma estação de recarga. Com essas mudanças, a Europa se tornou líder global na transição para uma mobilidade sustentável, onde os carros elétricos desempenham um papel central na redução das emissões de carbono e na melhoria da qualidade do ar e a continuidade dos investimentos em tecnologia, infraestrutura e incentivos fiscais será essencial para o sucesso dessa mudança.

Na Europa, os novos registros de carros elétricos atingiram quase 3,2 milhões em 2023, aumentando em quase 20% em relação a 2022. A Alemanha, por exemplo, se tornou o terceiro país depois da China e dos Estados Unidos a registrar meio milhão de novos registros de carros elétricos a bateria em um único ano, com 18% das vendas de carros sendo elétricos a bateria (e outros 6% híbridos plug-in). Cerca de 25% de todos os carros vendidos na França e no Reino Unido eram elétricos, 30% na Holanda e 60% na Suécia. Na Noruega, as participações nas vendas aumentaram ligeiramente, apesar da contração geral do mercado, e sua participação nas vendas continua sendo a mais alta da Europa, com quase 95%.
A Noruega é líder mundial em vendas de carros elétricos, com isenções de impostos, isenção de taxas de pedágio, e acesso gratuito a estacionamentos. O governo também investiu fortemente em infraestrutura de carregamento. A Alemanha oferece subsídios para a compra de veículos elétricos, além de isenções em impostos de circulação e incentivos para a instalação de pontos de carregamento em residências. E a França implementou um bônus ecológico, que pode chegar a vários milhares de euros na compra de um carro elétrico, além de isenções de impostos.
Já nos Estados Unidos, houve o aumento de mais de 40% em 2023, comparados a 2022. O Crédito Tributário para Veículos Limpos é uma das iniciativas para benefícios fiscais e incentivos financeiros para a compra e uso de veículos que atendem a padrões de redução na emissão de poluentes. Fazendo com que alguns modelos de carros elétricos estejam entre as qualificações necessárias para conseguir o crédito, logo aumentando as vendas. Em 2023 e 2024, os créditos foram revisados a fim de qualificar carros elétricos alugados para os créditos fiscais, mesmo que não tenham todos os requisitos. Para tanto, o governo federal oferece um crédito fiscal de até $7500 na compra de carros elétricos. Além de muitos estados oferecerem incentivos adicionais como créditos fiscais, isenções de taxas de registro e acesso a faixas de carona.
Também houve um aumento da venda de carros elétricos nos mercados emergentes e economias em desenvolvimento, entretanto ainda estão baixas no geral. Dados apresentados pela IEA mostram que na Índia, os carros elétricos aumentaram em 70% a cada ano. Incentivos de compras também contribuem para aumentar a demanda pelos carros elétricos, como: Incentivos de compra sob o esquema Faster Adoption and Manufacturing of Electric Vehicles (FAME II), incentivos do lado da oferta sob o esquema Production Linked Incentive (PLI), benefícios fiscais e a campanha Go Electric. As montadoras estão presentes no mercado pelas tarifas de importação serem vantajosas e responsáveis por 80% das vendas de carros elétricos desde 2010.
Na Tailândia, aconteceu um aumento significativo nas vendas, pois novos subsídios, incluindo a fabricação de baterias nacionais, menores impostos de importação e consumo, juntos a presença de montadoras chinesas colaboraram para o aumento no volume de vendas. No Vietnã, também acontece o aumento de vendas dos carros elétricos com mais de 30 mil em 2023. Já na Malásia os registros de carros elétricos mais que triplicaram para 10.000, apoiados por incentivos fiscais e isenções de taxas de importação, bem como uma aceleração na implementação da infraestrutura de carregamento. Na América Latina, as vendas de carros elétricos foram quase 90.000 em 2023, mercados no Brasil, Colômbia, Costa Rica e México liderando a região. No México, os registros de carros elétricos aumentaram 80% ano a ano para 15.000, uma participação de mercado pouco acima de 1%.
Em outros lugares da região, Colômbia e Costa Rica estão vendo vendas crescentes de carros elétricos, com cerca de 6.000 e 5.000 em 2023, respectivamente, mas as vendas permanecem limitadas em outros países da América Central e do Sul. Em toda a África, Eurásia e Oriente Médio, os carros elétricos ainda são raros, respondendo por menos de 1% do total de vendas de carros. No Oriente Médio, a Jordânia ostenta a maior participação nas vendas de carros elétricos, com mais de 45%, apoiada por taxas de importação mais baixas em relação aos carros ICE, seguida pelos Emirados Árabes Unidos, com 13%.

No Brasil, os registros de carros elétricos foram para mais de 50.000, uma participação de mercado de 3%. Atualmente, os biocombustíveis são combustíveis alternativos valiosos, disponíveis a um custo competitivo e alinhados com a infraestrutura de reabastecimento existente. O Brasil continua sendo o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, e seu agronegócio representa cerca de um quarto do PIB. No final de 2023, o Brasil lançou o Programa de Mobilidade Verde e Inovação que fornece incentivos fiscais para empresas desenvolverem e fabricarem tecnologia de transporte rodoviário de baixas emissões, totalizando mais de 19 bilhões reais no período de 2024-2028.
Em comparação com outras regiões, como a Europa e a China, a ascensão de carros elétricos no Brasil tem ocorrido de forma mais lenta, mas as tendências globais e mudanças no cenário nacional mostram que o país está avançando gradualmente para uma mobilidade mais sustentável. Embora a implementação dos carros elétricos ainda seja tímida, o governo tem incentivado no âmbito do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), por exemplo, proporcionando uma redução significativa dos preços dos EVs, além da redução ou isenção de impostos estaduais em estados como São Paulo e Rio de Janeiro, além da isenção de IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) oferecido por algumas cidades e estados.
As empresas também têm buscado a redução da sua pegada de carbono e operar com mais eficiência, por isso estão adotando frotas de veículos elétricos. Empresas de aluguel de veículos estão começando a adicionar modelos elétricos, e isso aumenta a visibilidade e a acessibilidade dos EVs. As frotas corporativas de carros elétricos já são vistas como uma estratégia na redução de custos operacionais.
A infraestrutura de carregamento de veículos elétricos no país ainda é limitada e o preço ainda são fatores considerados como uma barreira para o país, além da cultura automotiva ser voltada para carros a gasolina e a etanol, mas a medida que a produção de carros elétricos se expande globalmente, a perspectiva é que os preços caiam e se tornem mais acessíveis. Com o apoio do governo, a expansão da infraestrutura e a redução de custos ao longo do tempo, o país tem potencial para se tornar um mercado relevante para os carros elétricos na América Latina.
As políticas de incentivos para carros elétricos são projetadas para reduzir as emissões de carbono e promover a transição para veículos mais limpos. A combinação de incentivos financeiros, desenvolvimento de infraestrutura e conscientização pública sobre os benefícios dos veículos elétricos podem evoluir com o tempo, especialmente à medida que a tecnologia avança e as metas de sustentabilidade se tornam mais ambiciosas. Os carros elétricos estão se tornando cada vez mais populares e fazem parte de uma transição global em direção a um transporte mais sustentável. Com o avanço da tecnologia e a expansão da infraestrutura de carregamento, espera-se que seu uso continue a crescer nos próximos anos.
Os últimos anos têm visto um crescimento significativo nas vendas de carros elétricos, com maior disponibilidade de modelos e maior desempenho. Estima-se que as vendas de carros elétricos continuem a ter um bom desempenho à medida que o mercado amadurece e que a indústria está entrando em uma fase marcada pelo aumento da competição de preços e de consolidação.

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